quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Projeto 5s EMEF Tancredo Neves Maracanaú-Ce 2012





      Este é um dos exemplos de aplicação de ciências da natureza e uso do espaço em uma escola integral do Brasil. Neste ensejo, as cartografias afetivas do espaço da escola integral ligado às emoções, questões subjetivas, suscita mapear as relações existentes nesse espaço possibilitando dar sentidos aos momentos em que os alunos ali estiverem presentes. Muitas vezes diante de uma arquitetura arcaica é necessário criar e “afetivizar” o uso do espaço tornando-o adequado às atividades desenvolvidas na escola, o qual respondesse às necessidades dos alunos e professores de um local afetivo para pensar e vivenciar as experiências da aplicação de um currículo  e planejamento que o explore. Qualquer seja o lugar onde os alunos e professores escolham para vivenciar momentos de produção e aprendizagem, tornar-se-ão lugares de devaneio, lugares que ancorarão lembrança, memória quando bem usados.  Bachelard (1978, p. 196), refere-se a “valores imaginados” para justificar que o “espaço compreendido pela imaginação não pode ficar sendo o espaço indiferente abandonado à medida e reflexão do geômetra. É vivido. E é vivido não em sua positividade, mas com todas as parcialidades da imaginação.” Bachelard (1978) mostra-nos os valores da intimidade do espaço: “a casa é nosso canto no mundo” (p. 200), evidenciando a casa como signo de habitação e proteção. Nós, como educadores, ao lermos A Poética do Espaço, de Gaston Bachelard, comparamos inevitavelmente a imagem da “casa” com o nosso ambiente de trabalho: “a escola”. Passamos então a nos perguntar: como o espaço escolar é sentido, vivido pelas crianças que estudam em tempo integral através do Projeto Mais Educação, e que têm este espaço como um segundo lar? A compreensão da simbologia do espaço escolar expressado especialmente pela criança, que é o sujeito para o qual o espaço escolar tem a razão de existir, contribui para a proposição de alternativas que tenham a afetividade como unidade. Esta ação educativa descrita no vídeo e experienciada por estas comunidade escolar integra ocupação afetiva do espaço e estudos referentes a higiene, cuidados com a saúde e meio ambiente e natureza. 

Referências
BACHELARD, G. A poética do espaço. São Paulo: Abril Cultural, 1978. (Coleção Os Pensadores)
LUCENA, K. C., Uma fenomenologia da imaginação através do espaço. Nau Literária. Revista Eletrônica de Crítica e Teoria de Literaturas em Língua Portuguesa. Programa de Pós-graduação em Letras da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, v. 3, p. 1, jan./jul. 2007. Disponível em: <http://www.seer.ufrgs.br/index.php/NauLiteraria/article/view/4896/2819>. Acesso em: 07 de agosto de 2014.
PEREIRA, J. C. Cartografias afetivas: proposições do professor-artista-cartógrafo-etc. In: Ra'e Ga - O Espaço Geográfico em Análise. Periódico digital. Departamento de Geografia e Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Paraná (UFPR). V.30. P. 106, 109, 111. 2014. Disponível em: <http://ojs.c3sl.ufpr.br/ojs2/index.php/raega/article/view/36087>.Acesso em: 07 de agosto de 2014

SANTIAGO, Eliete. O Projeto Político da Escola como instrumento da gestão democrática. In: Políticas e Gestão da Educação Básica. Organizadoras: Laêda Bezerra Machado, Eliete Santiago. Recife: Ed. Universitária.

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